Vídeo: Entre sons e sensações

Este vídeo é dedicado a conversar com os professores de Física sobre as atividades do Volume 2 da coleção, que exploram as relações entre física e música. Algumas personalidade que contribuíram para as primeiras sistematizações de princípios gerais da música como arte e como ciência são apresentadas e estudadas na atividade histórica tema da conversa deste vídeo. Esperamos que gostem do vídeo e que seja motivador e traga novas ideias para o desenvolvimento da atividade!

Vídeo: As Revoluções das Esferas Celestes

O vídeo de hoje trata da atividade histórica que propõem a análise de partes do livro de Nicolau Copérnico sobre “As Revoluções das Esferas Celestes”.
Pensadores da Antiguidade Clássica, como o grego Aristarco de Samos, já especulavam um sistema de mundo com o Sol no centro, mas foi somente no Renascimento que o modelo heliocêntrico foi tratado com base em cálculos matemáticos das posições dos astros e diagramas elaborados sobre o movimento celeste.

A base desta atividade é o prefácio do livro de Copérnico, que foi escrito pelo teólogo luterano Andreas Osiander, amigo de Copérnico e que se empenhou na publicação da obra.
Por se tratar de um texto muito antigo, os alunos podem sentir dificuldades com a linguagem utilizada. Por isso, sugerimos iniciar a atividade na sala de aula, fazendo leitura compartilhada com a classe e discutindo coletivamente. Essa discussão será importante para nortear as respostas das questões que podem ser feitas como atividade extraclasse.
O primeiro ponto de destaque é o fato do novo sistema de mundo, proposto por Copérnico, ser tratado apenas como hipótese tanto no título quanto ao longo do texto.
Na época da publicação, contradizer o universo geocêntrico era considerado heresia, pois retirar a Terra do centro do universo, também significava tirar o homem do centro e a razão de ser da criação do mundo. Assim, Osiander usou o termo hipótese com intuito de diluir o impacto que a obra provocaria naquele momento.
Outro aspecto que merece interpretação junto aos alunos são os trechos em que se trata dos sábios que ficariam indignados com a mudança das disciplinas liberais há muito bem estabelecidas. Nesse momento do texto, Osiander está se referindo aos intelectuais e religiosos que defendem e difundem as teorias aristotélicas e a tradição geocêntrica, vigentes desde a antiguidade clássica.
Contudo, mesmo contradizendo as crenças científicas e religiosas vigentes, Osiander ressalta que as revoluções de Copérnico não merecem reprovação. Esse é o terceiro ponto a ser discutido, pois segundo ele o é papel do astrônomo usar os dados obtidos, a partir de criteriosas observações e não apenas por divagações e raciocínio, para elaborar o melhor modelo que permita investigar e compreender com a maior precisão possível os movimentos do céu. Além disso, pode-se notar que Osiander não coloca o heliocentrismo como a verdadeira representação do universo, mas apenas como o modelo mais adequado e coerente para as observações celestes. Talvez esse seja mais um artifício na tentativa de amenizar o choque que a obra causaria no momento da publicação.
Também será interessante discutir quais são os absurdos e inconsistências que essas disciplinas há muito bem estabelecidas apresentam, como por exemplo, as observações reais do planeta Vênus em contraposição ao que seria esperado no sistema aristotélico-ptolomaico.
No sistema geocêntrico o planeta Vênus, durante o movimento em seu epiciclo, ora está mais próximo a Terra, ora está mais distante, assim caso está teoria estivesse correta deveríamos observar mudanças no tamanho do planeta, o que não acontece.
Para finalizar é importante ressaltar que apesar do sistema de mundo copernicano responder a algumas indagações, não foi capaz de apresentar todas as explicações.

(i) Ainda permaneceu a esfera das estrelas fixas,

(ii) os planetas não estavam soltos no espaço, mas presos em esferas cristalinas que os sustentavam e os carregavam juntos em seu movimento,

(iii) não soube justificar a razão pela qual somente a Lua orbitava nosso planeta,

(iv) nem a causa da queda dos graves e o motivo dos corpos terrestres acompanharem o movimento da Terra em seu giro pelo espaço.

Essas questões necessitaram de mais algumas centenas de anos e o desenvolvimento do conhecimento científico e dos instrumentos de observação celeste para serem respondidas.
Professor, desejamos que esta atividade favoreça o entendimento da trajetória histórica em direção a obtenção de uma explicação adequada para o movimento dos corpos celestes!

Vídeo: Foi Assim… Investigue com o Pesquisador

Vídeo de apresentação da seção Foi Assim… Investigue com o Pesquisador.

Comumente a formação científica escolar está pautada apenas nos produtos do conhecimento, o que acaba contribuindo para a visão de uma Ciência estática, na qual conceitos e leis são tidos como descobertas realizadas por mentes geniais num “passe de mágica”. Deixar de abordar os enganos cometidos, as controvérsias entre idéias e a influência do contexto sócio-econômico, significa suprimir o dinamismo envolvido na evolução e aprimoramento/aperfeiçoamento do fazer científico.
A inserção de uma perspectiva histórica no ensino de Ciências ajuda na compreensão dos conteúdos pelos alunos, na medida em que traz a origem dos conceitos, contextualiza o conhecimento e apóia a interdisciplinaridade. A História favorece a concepção da Ciência como um empreendimento humano na busca por respostas a questões do mundo natural e da realidade do seu tempo, e que, por isso, deve ser considerada como parte integrante da nossa cultura.
Acreditamos também que a História da Ciência não deve ser vista como conteúdo extracurricular. Assim optamos por utilizar a abordagem histórica como uma estratégia didática que permeia toda a coleção, através da linha do tempo, do texto da maioria dos capítulos, de questões para discussões individuais ou coletivas, dos boxes com a biografia de cientistas e das atividades históricas.
Nessas atividades, os alunos são convidados a ler, interpretar e discutir trechos de textos originais de importantes cientistas da História da Física, ou seja, pesquisadores do passado.
O contato com esses fragmentos de textos históricos permitirá aos alunos terem contato com a linguagem e as analogias de outras épocas, compreenderem as dificuldades envolvidas no tratamento de alguns princípios físicos quando a matematização dos conceitos ainda não tinha sido formulada, perceberem a origem e o desenvolvimento de algumas idéias e os debates entre cientistas contemporâneos, o que contribuirá para uma visão critica ao evitar crenças distorcidas sobre o fazer científico.